Cerca de 35 estudantes, profissionais da área de assistência social e comunidade participaram do curso gratuito “Abordagens contemporâneas sobre a violência, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes”, na Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul. A capacitação foi realizada entre outubro e novembro e possibilitou a reflexão sobre as diversas formas de violência, com ênfase ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a compreensão e identificação destes fenômenos, colaborando com o levantamento de estratégias de atuação e enfrentamento.
A professora responsável pelo curso, Simone Kelly Cetolin Wackerhagen, que também leciona na graduação em Direito da Católica SC, destaca que os encontros possibilitaram que o assunto fosse debatido de forma científica, saindo do senso comum, além de permitir a troca de experiências.
Além dos abusos no ambiente intrafamiliar, a capacitação também trouxe para o debate a violência institucional – ou seja, cometida por pessoas que trabalham em instituições e órgãos que deveriam proteger a criança – e o bullying, um problema muito comum nas escolas. “Um dos temas abordados é a falsa ideia de que a criação da criança é competência exclusiva dos pais e que o estado não deve intervir. O estado tem, sim, o dever de proteger a criança”, comenta Simone.
Para a psicóloga Marcia Kasmirski, 44 anos, o curso ajuda os profissionais que lidam com a violência contra crianças e adolescentes a terem uma visão mais ampla dos casos atendidos no dia a dia, estimulando a reflexão por meio de exemplos práticos que podem ser vivenciados no cotidiano.
Esta é a segunda vez que a psicóloga participa de um curso na Católica SC e diz que esse tipo de iniciativa é muito importante para que os profissionais possam se atualizar. “Às vezes, o órgão recebe uma denúncia para atender um integrante da família e acaba descobrindo que outros familiares também sofrem abuso, ou que a mesma pessoa sofre mais de um tipo de violação de direitos. Por isso é preciso fazer um acompanhamento de toda a família até romper o ciclo da violência”, destaca.
De acordo com a professora Simone, a procura pela capacitação foi grande e uma nova edição do curso deve ser realizada em 2018 para atender outros interessados.