Se você está se informando sobre qual curso superior escolher, talvez já tenha lido ou ouvido algo a respeito da graduação em Engenharia de Produção. Afinal, o que faz um engenheiro de produção? E como é a formação desse profissional, que é peça fundamental em indústrias de quase todos os setores?
Para você entender de um jeito mais fácil, listamos cinco coisas que você precisa saber sobre o curso de Engenharia de Produção. Os temas foram elencados por especialistas na área e ex-alunos formados pela graduação da Católica de Santa Catarina e que hoje trabalham em empresas de referência no mercado.
O coordenador da graduação na unidade de Jaraguá do Sul, Marcio Moacir Pereira, comenta que as oportunidades de trabalho para os engenheiros de produção são amplas, tanto na área pública quanto na iniciativa privada. O profissional pode trabalhar em diversos setores, como indústrias do segmento metal-mecânico, metalúrgico, alimentício, têxtil, cerâmico, de plástico, entre outras.
Os campos de atuação são: gestão da produção, qualidade, logística, ergonomia e segurança do trabalho, planejamento de processos, programação e controle da produção, desenvolvimento de produto, organização de projetos industriais, consultoria, vendas técnicas, aplicação e manutenção de equipamentos, instrutor técnico, prestação de serviços, professor ou empreendedor.
Confira, a seguir, cinco curiosidades sobre a graduação.
O Curso de Engenharia de Produção é bem diferente da graduação em Administração
À primeira vista, quem é leigo pode até fazer confusão entre os dois cursos, afinal, ambos têm muita coisa em comum. Tanto o engenheiro de produção quanto o administrador atuam em empresas de todos os portes e nas mais variadas atividades, trabalham com o gerenciamento de setores e precisam desenvolver um conhecimento amplo em várias áreas, para estarem aptos a resolver problemas.
No entanto, o conhecimento técnico necessário para realizar as atividades é diferente: enquanto o foco da graduação em Engenharia de Produção é voltado à otimização do processo de fabricação dos produtos, o Curso de Administração se preocupa em capacitar para a gestão da organização.
“O engenheiro de produção utiliza o conhecimento dos processos produtivos para reduzir o custo de fabricação e aumentar a produtividade. Já o administrador estabelece rotinas, fluxos e controles de atividades dos diversos setores de uma empresa para que ela funcione adequadamente”, explica o coordenador do Curso de Engenharia de Produção da Católica SC em Jaraguá do Sul, Marcio Moacir Pereira.
A maior parte das disciplinas é de exatas, mas também há conteúdos da área de humanas
Se você conferir a matriz curricular de um curso de Engenharia de Produção (a da Católica SC está disponível aqui), verá que há um grande número de matérias na área de exatas. Cálculo, Álgebra, Estatística, Química, Custos Industriais, Eletroeletrônica, Mecânica dos Sólidos são só algumas que darão a base técnica para que o aluno consiga entender como uma indústria funciona.
Mas o estudante também terá contato com disciplinas das áreas de humanas, como Sociologia, Gestão de Pessoas, Gestão Estratégica, Empreendedorismo, Marketing, Desenvolvimento de Produtos, Psicologia e Gestão do Conhecimento. O professor do Curso de Engenharia de Produção da Católica SC em Jaraguá do Sul e em Joinville, Juliano Reinert, comenta que, apesar de o enfoque nessas disciplinas ser secundário, esses conhecimentos são importantes para que o estudante compreenda o contexto econômico, social e ambiental que o ajudará a solucionar problemas produtivos nas empresas.
“Quem pretende seguir carreira na área deve ter habilidade em cálculos matemáticos, mas também criatividade, proatividade e capacidade de liderança para enfrentar os desafios que a profissão exige”, avalia.
Você vai ouvir nomes e siglas que jamais saberia que existiam se não estudasse Engenharia e Produção
Se você for um estudante de Engenharia de Produção, expressões como “Puxada/Empurrada” e “Lean Manufacturing” – que são sistemas produtivos normalmente adotados nas indústrias – deixarão de soar estranho e você achará esses nomes tão normais quanto falar “televisão”, “roupa” ou “comida”, por exemplo.
Mas prepare-se: você também vai precisar aprender uma imensa quantidade de nomes de ferramentas utilizadas para auxiliar nos processos produtivos. FMEA, DOE, Método Tagushi, Engenharia Simultânea, QFD, DFMA, Benchmarking, CAD/CAE/CAM, IDM, MASP, Kanban, Scrum e TRIZ são só algumas delas.
Para saber diferenciar como cada um funciona, você terá aulas práticas em laboratório e fará visitas técnicas a empresas de referência, com o objetivo de complementar a teoria e entender os processos de fabricação na prática.
Formado no Curso de Engenharia de Produção da Católica SC em 2012, o técnico em segurança do trabalho na BMW, Ilandir Ferreira da Silva, destaca que é importante o estudante buscar adquirir experiência ainda durante a graduação, pois a assimilação do conteúdo se torna mais fácil.
Quando cursava a graduação, Ilandir já trabalhava na área há mais de 20 anos, o que o ajudou a entender a parte teórica. “Como tinha acesso a todo os setores da fábrica e era bastante curioso, sempre ia ver como funcionavam os sistemas que aprendia em sala de aula. Quando isso não era possível, costumava tirar dúvidas com os gerentes para conseguir entender melhor”, comenta.
Ilandir destaca que a graduação foi extremamente importante não só para aprofundar o conhecimento técnico, mas também para tomar decisões que geraram aumento na produtividade nas empresas em que trabalhou.
A graduação oferece uma boa noção de empreendedorismo
Apesar de focar na criação de negócios que atuam na área da engenharia, a disciplina de empreendedorismo do Curso de Engenharia de Produção busca estimular a inovação, a criatividade e o espírito empreendedor dos estudantes. O professor da graduação na Católica SC em Jaraguá do Sul, Jerson Kitzberger, destaca que esse conhecimento é fundamental tanto para os alunos que desejam tornar-se empreendedores quanto àqueles que não têm interesse em abrir o próprio negócio.
Consciente da importância dessas habilidades, o curso adotou, neste ano, as disciplinas de “Gestão Tecnológica e Inovação” e “Gestão Empreendedora”, em que os estudantes aprendem os conceitos de inovação e como aplicá-los em um plano para criação e análise de viabilidade de novos negócios.
“Mesmo os profissionais que desejam atuar na indústria como funcionários precisam ser criativos para resolver os desafios enfrentados diariamente nas empresas e estarem atentos às inovações do mercado. As novas tecnologias estão aí para possibilitar que as indústrias tenham uma produtividade maior a um custo menor, e o engenheiro de produção é peça-chave nesse processo”, destaca.
Ele acrescenta que é importante que o aluno que deseja abrir seu próprio negócio continue estudando e aperfeiçoando sua formação. Uma sugestão é fazer uma especialização na área de gestão.
Você visitará muitas empresas para saber como os processos de fabricação funcionam
Durante a graduação, o aluno do Curso de Engenharia de Produção fará muitas visitas técnicas a empresas de referência da região e do país, para entender como funcionam os processos de fabricação. Nesses momentos, os alunos conseguem relacionar a teoria ensinada em sala de aula com a parte prática da profissão.
Formado na graduação em 2012, Anderson Köhler, que trabalha como chefe da área de processos de engenheirados na Weg Automação, de Jaraguá do Sul, diz que as visitas técnicas são fundamentais não só para entender como funciona a área de produção das companhias, mas também para interagir com os colegas e fazer networking – o que é importante para a carreira em qualquer área.
“Cheguei até a receber proposta de emprego de uma pessoa que conheci em uma das visitas que participei. Até hoje mantenho contato com muitos profissionais das empresas que conheci durante a faculdade”, comenta.
Para Anderson, as visitas técnicas também eram uma oportunidade de conhecer melhor colegas com quem não tinha muito contato e de trocar experiências com eles. “Em algumas ocasiões, fazíamos as visitas junto com alunos de outros cursos, como Engenharia Mecânica, e, assim, aprendíamos sobre outras áreas”, relembra ele, que trabalha na área há cinco anos e ocupa o cargo de chefia há três.
O ex-aluno também destaca que, apesar de o foco das visitas ser a parte de produção, os profissionais das empresas que acompanhavam as turmas faziam questão de esclarecer dúvidas sobre outras áreas, como administração e recursos humanos. Anderson afirma que essa iniciativa ajudava os estudantes a terem uma noção mais clara de como as empresas funcionam como um todo.