Três acadêmicas do 6º semestre do Curso de Administração da Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul apresentaram uma proposta para abrir uma confeitaria sustentável na cidade. O principal diferencial da empresa seria a venda dos resíduos orgânicos que sobram da produção para agricultores da região utilizarem como adubo nas plantações, como cascas de ovos, cascas de frutas e borra de café.

Elisa Pereira, 23 anos, Karine Correia da Silva, 21, e Tamires Ana Altini, 21, tiveram a ideia na disciplina de Projeto Integrador, ministrada pelo professor Flávio Knihs. Na disciplina, os acadêmicos são desafiados a apresentar propostas que permitam tornar produtos e serviços mais sustentáveis do que são atualmente, integrando conhecimentos adquiridos no conteúdo repassado durante todo o semestre.

A ideia surgiu quando as alunas perceberam a quantidade de sobras que seria gerada pela confeitaria. O trio calcula que, somente a produção diária de cerca de 40 bolos, em torno de 250 cascas de ovo iriam para o lixo todos os dias. Essa soma não conta os outros produtos que a equipe pretende oferecer, como tortas, doces, salgados e cafés. Após um levantamento, as estudantes concluíram que comercializar os resíduos a R$ 0,20 o quilo uma forma viável de garantir um dinheiro extra e, ao mesmo tempo, ajudaria a preservar o meio ambiente.

“Pesquisas apontam que 30% da produção mundial de alimentos é desperdiçada por falhas no cultivo, na colheita, no transporte, no armazenamento e na comercialização. No Brasil, toneladas destes alimentos, que poderiam ser aproveitadas por famílias e pessoas carentes, são jogadas fora todos os dias. Isso dá ao Brasil o triste título de ‘país do desperdício’”, comenta Tamires.

A equipe também previu outras ações para que o negócio seja ecologicamente correto, como: implantação de coleta seletiva, a compra de uma máquina de cartão que envia o comprovante via sms ou e-mail – evitando o desperdício de papel com a impressão dos comprovantes -, adquirir um cortador de frutas que corte mais frutas ao mesmo tempo para reduzir o desgaste físico do funcionário, e disponibilizar squeezes aos colaboradores para diminuir o consumo de copos plásticos.

Para confirmar se essas melhorias poderiam ser mesmo implantadas, elas fizeram cálculos considerando o investimento, custo com energia, mão de obra, entre outras despesas, para avaliar o retorno financeiro.
O grupo desenvolveu o trabalho durante cinco meses. O estudo também incluiu uma visita técnica a uma confeitaria de Jaraguá do Sul que adota processos sustentáveis para produzir um determinado tipo de bolo.

O valor necessário para implantar o negócio e o número de funcionários a serem contratados será calculado no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pois a equipe pretende trabalhar o mesmo tema.

Karine (E), Tamires e Elisa avaliaram que a venda de cascas de frutas que iriam para o lixo poderia garantir um dinheiro extra e, ao mesmo tempo, ajudaria a preservar o meio ambiente

Karine (E), Tamires e Elisa avaliaram que a venda de cascas de frutas que iriam para o lixo poderia garantir um dinheiro extra e, ao mesmo tempo, ajudaria a preservar o meio ambiente