Simular o processo de gestão de empresas da região por meio de um ambiente virtual que facilite a aprendizagem em sala de aula. Foi com esse objetivo que os projetistas Marco Antônio de Amorim, 29 anos, e Daniel Vinícius Stolf, 28, criaram softwares que estão sendo utilizados durante as aulas na Católica de Santa Catarina em Jaraguá do Sul. Com a ferramenta, os estudantes conseguem entender, de forma prática e rápida, como as decisões tomadas em um empreendimento podem influenciar a produtividade da equipe, levando ao sucesso ou ao fracasso do negócio.

Graduados em Engenharia de Produção, Marco e Daniel desenvolveram os jogos de simulação como projetos do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com a orientação do professor Jerson Kitzberger. Marco apresentou o simulador “Armazenando: Jogo Didático de Armazenagem”, há dois meses, com a proposta de calcular o custo de armazenagem de material no estoque de uma empresa.

O jogo tem dez rodadas e considera vários fatores que podem gerar lucro ou prejuízo ao negócio, dependendo da forma como o depósito funciona. Ganha a equipe que concluir a tarefa gastando menos. “O software calcula todo o custo envolvido no processo de armazenagem, desde a chegada do caminhão carregado na empresa até a retirada do material do estoque para a etapa de fabricação”, explica Marco.

Daniel é criador do simulador “Roteirístico: Jogo Didático de Logística”, que tem o objetivo de escolher o melhor caminho para um caminhão fazer entrega de água mineral na região de Jaraguá do Sul. Ganha a equipe que conseguir criar roteiros mais baratos entre a empresa e o destino final. “Pesquisei a distância entre pontos aleatórios da região e calculei quanto era gasto fazendo esse roteiro de várias formas diferentes”, comenta Daniel, que se formou em 2015.

Para Marco e Daniel, o maior desafio foi pensar no design do jogo e criar a programação, áreas que não fazem parte das disciplinas do Curso de Engenharia de Produção. Para conseguirem fazer os trabalhos, Marco fez uma capacitação em programação e Daniel passou várias horas assistindo a vídeos no Youtube e participando de fóruns de discussão na internet. “Além de ser uma ferramenta útil para os estudantes da faculdade aprenderem como funciona o processo de gestão, o software também pode ser adaptado e usado para treinar funcionários de empresas de áreas específicas”, avalia Marco.

Ferramenta é um diferencial para o aprendizado

O professor que orientou a produção dos softwares, Jerson Kitzberger, afirma que os jogos de simulação criados pelos ex-acadêmicos estão sendo utilizados com sucesso nas disciplinas de “Administração de Materiais”, “Compras” e “Logística”. Nos laboratórios, os alunos são divididos em equipes e simulam operações de compras e armazenamento, transporte, roteirização e gestão da cadeia de suprimentos.

“Essa ferramenta tornou-se um diferencial para o aprendizado, pois cria um ambiente que prepara os acadêmicos para a tomada de decisões no mercado de trabalho, a partir do conhecimento abordado em sala de aula. É como se os alunos estivessem trabalhando em uma empresa real, já que o jogo simula, justamente, os desafios vivenciados pelos executivos e gestores”, comenta.

Kitzberger afirma que os jogos de simulação estão cada vez mais difundidos em instituições de ensino superior do Brasil e de outros países. Segundo ele, a ferramenta faz com que os estudantes compreendam mais fácil o conteúdo ensinado em sala de aula, instiga a criatividade para resolver problemas, estimula a cooperação e o comprometimento entre os participantes e possibilita mensurar os resultados obtidos a partir do processo de tomada de decisão.

Marco Antônio (E) e Daniel criaram simuladores a partir do trabalho de conclusão do curso de Engenharia de Produção

Marco Antônio (primeiro plano) e Daniel criaram simuladores a partir do trabalho de conclusão do curso de Engenharia de Produção