A crise hídrica enfrentada pelo País voltou as atenções para as fontes alternativas de energia, como a solar e eólica. E a aposta de investimento no setor demonstra ser promissora. Dados de um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgado em abril, revelam que o Brasil investiu US$ 7,6 bilhões em energia limpa em 2014 e figura entre os dez países que mais aplicaram no setor.
O professor do Curso de Energia Elétrica da Católica de Santa Catarina, Sebastião Lauro Nau, acredita que outras fontes energéticas ganharão espaço no País a médio prazo se a crise hídrica continuar. Entre as opções para reforçar o setor, o professor não descarta o investimento em termelétricas, apesar de serem caras e poluentes.
“Considerando que mais de 80% da energia elétrica gerada no Brasil provém de hidrelétricas, a situação é preocupante. E o regime pluviométrico inconstante dos últimos anos tem reduzido a capacidade de geração dessas usinas. Além disso, existem gargalos no sistema de transmissão, o que reduz a oferta de energia elétrica”, avalia.
Entre as ações que estão em andamento para diversificar a matriz energética no Brasil, Nau cita os leilões realizados pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica -, para o credenciamento de projetos que preveem a geração de energia eólica. Ressalta, no entanto, que o governo federal precisa oferecer mais incentivos para a produção de energia através das fontes solar fotovoltaica e biomassa (energia gerada por meio da decomposição de materiais orgânicos que produzem o gás metano).
Segundo Nau, outro benefício das fontes solar fotovoltaica e eólica é a flexibilidade de instalação, pois essas alternativas não poluentes podem ser implantadas em residências, edifícios e condomínios. Para estimular a produção de energia elétrica nas unidades consumidoras, o professor acrescenta que o Brasil também precisa avançar no que diz respeito à legislação sobre a geração distribuída.