Outubro chegou e, com ele, a já conhecida campanha de combate ao câncer de mama. Apesar desse assunto ser recorrente nesta época do ano, ainda existem muitas dúvidas e preconceitos associados à doença que não podem ser deixados de lado. Você pode até ter um deles e não saber, já pensou?
Afinal, não custa nada dar uma chance para descobrir alguns pontos importantes e necessários nessa discussão! Venha conferir e esclarecer as suas dúvidas:
1. Quais sintomas realmente podem ser notados?
Se você sempre ouve sobre a necessidade de fazer o exame de toque, já deve saber que alguns sinais merecem atenção. São eles: presença de nódulos irregulares próximos aos seios, retração (uma espécie de “covinha”) da pele das mamas, saída de secreções, vermelhidão, inchaço ou coceira.
Porém, para ter certeza se isso se trata ou não de um tumor, é preciso procurar um médico. O profissional vai direcionar o paciente ao exame de mamografia ou solicitar uma biópsia para, só então, iniciar o tratamento se for necessário.
E mesmo que você não perceba nenhum sintoma, isso não significa que não deva ir ao médico regularmente para fazer exames clínicos de prevenção, combinado?!
2. Anticoncepcional, silicone e antitranspirante aumentam ou não o risco?
Inúmeros produtos e hábitos são popularmente associados com o câncer de mama. O uso contínuo de anticoncepcionais pode não ser a causa em si do câncer, mas contribui como um fator de predisposição desta e de outras doenças.
Já o implante de próteses de silicone, se feito com segurança, e o uso de antitranspirantes não podem ser associados ao câncer de mama. Mitos como esses devem ser, inclusive, combatidos.
Vale lembrar dos principais fatores de risco:
- Idade mais avançada (a maioria dos registros de câncer se dá entre 50 e 60 anos, mas a partir dos 40 a atenção deve ser maior).
- Histórico familiar da doença (nesses casos a chance dobra e os exames devem começar mais cedo, a partir dos 20 anos).
- Obesidade e estilo de vida sedentário;
- Ter uma menopausa tardia (após os 55 anos) e não ter tido filhos podem influenciar esse risco também.
3. Afinal, como fazer o autoexame?
Você sabia que cerca de 90% dos tumores são identificados pelas próprias pacientes? Existem três formas de verificar alterações nas mamas. Todas elas podem ser feitas em casa e com uma periodicidade de mais ou menos um mês. O melhor período é entre o 7º e 10º dia após a menstruação, quando os seios estão menos inchados.
Em frente ao espelho
Observe qualquer alteração nas mamas em três posições: com os braços abaixados, com os braços levantados e com a mão na cintura.
Em pé e de preferência no banho
Levante uma das mãos e coloque atrás da cabeça, com a outra, pressione levemente o seio do lado contrário em movimentos circulares. Faça o mesmo do outro lado.
Deitada
Coloque um dos braços na nuca e com o outro, apalpe a mama do lado contrário.
IMPORTANTE!
O autoexame da mama NÃO substitui exame clínico.
4. Como é o tratamento?
Depois de identificada, a doença pode ser tratada pela quimioterapia ou hormonoterapia, tratamentos com uso de medicamentos, radioterapia, tratamento por radiação, ou cirurgia para retirada do tumor ou remoção completa da mama.
O processo deve ser seguido de acordo com as indicações do médico e tem consequências para a saúde física e mental da paciente. Mas é importante lembrar que, quanto antes diagnosticado, mais rápido, simples e menos doloroso será o tratamento.
5. Como posso ajudar quem está fazendo tratamento?
A luta contra o câncer não é individual. Pelo contrário: quanto mais gente estiver disposta a colaborar com o processo, melhor.
Se tiver algum caso na sua família ou próximo, se coloque à disposição para auxiliar na rotina do tratamento, que pode ser exaustiva, indique ajuda psicológica e dê suporte emocional, sempre com autorização. Na hora de falar sobre a doença, não minimize a situação e nem amplie o problema, mas procure entender e dar ouvidos à pessoa.
Se quiser contribuir com a luta de mais pessoas, você ainda pode se tornar voluntário ou contribuir com uma ONG que oferece apoio a pacientes oncológicos. Esse é o caso da Rede Feminina de Jaraguá do Sul que, atualmente, ajuda mais de 119 pacientes – mulheres e homens. As doações podem ser feitas pelo PIX, com o e-mail redefeminina@netuno.com.br.
Câncer de mama e mercado
No mercado de trabalho, a paciente de câncer de mama merece atenção especial para enfrentar a doença sem que isso afete seu plano de carreira. A Professora Mariane Souza Cardoso, Coordenadora da Central de Carreiras e SOU da Católica SC, e sua equipe, tiraram algumas dúvidas sobre como deve ser essa adaptação.
1. Que tipo de ajuda psicológica deve ser buscada por pacientes que recebem um diagnóstico como esses?
Receber um diagnóstico de Câncer de Mama pode ser encarado de diversas maneiras. Portanto, é interessante que ao dar essa notícia o médico esteja acompanhado de um profissional Psicólogo para que este ajude o paciente a receber esse diagnóstico. Após esse momento é valiosa a busca por um psicólogo para que ajude a paciente durante todo o percurso do tratamento e enfrentamento da doença, assim como, para que a família esteja consciente de como apoiar ou fortalecer o paciente neste momento.
2. Qual é o melhor caminho para evitar preconceitos relacionados a alguma doença no ambiente de trabalho?
A informação e o treinamento oportunizam a conscientização, profissionais conscientes dos fatos deixam de lado o preconceito e interagem com o conhecimento e atitudes apropriadas. Uma opção válida que pode evitar preconceitos a alguma doença é realizar um treinamento conduzido por um psicólogo com todos os funcionários de uma empresa ou Instituição, com o intuito de tornar os profissionais conscientes, através de dinâmicas de grupos e outras formas de conscientizar ou mediar a situação.
3. Qual é a melhor forma de ajudar alguém que passa por um tratamento de saúde no ambiente de trabalho?
O acolhimento do colega de trabalho é muito importante para que ele se sinta apoiado pelos colegas e a equipe em geral. Atitudes proativas tal como demonstrar que estão ali para ouvi-lo quando o paciente/ profissional quiser falar. Sempre motivar para a vida de modo consciente evitando-se falar só da doença.
4. Quais atitudes devem ser evitadas nessa mesma situação?
Evite perguntar ao paciente como está sendo o tratamento, evite perguntas e afirmações muito detalhistas, como: “você já notou diferença em seu corpo? Seu cabelo está caindo? Está tomando muitos remédios? Você está com cara de doente”. Diga apenas frases simples: “Você está bem? Se precisar de alguma ajuda pode contar comigo. Quando quiser falar sobre o tratamento eu estou à disposição para ouvi-lo” ou, ainda, aproveite os momentos em que o próprio paciente escolhe falar a respeito.
5. Como alguém que passou por um tratamento pesado de câncer pode retomar a autoestima e a confiança?
Passar por um tratamento de câncer é muito invasivo ao corpo. Então, é importante manter o acompanhamento psicológico para que o psicólogo possa ajudar a paciente a aceitar essa mudança no corpo, entender o processo da doença, do tratamento e assim poder recuperar a autoestima sem deixar de lado a sua história e a sua vida. A Psicoterapia em grupo, que envolve mulheres que passaram por tratamento de câncer de mama, pode auxiliar muito neste momento pós-tratamento.
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