A popular “magrela” ganha cada vez mais espaço no Brasil e no mundo. Além de ser uma aliada na redução dos engarrafamentos num trânsito cada vez mais caótico, a bicicleta também é uma opção sustentável de transporte, por não poluir o meio ambiente.

Aproveitando essa tendência, um grupo de acadêmicas da 5ª fase do Curso de Administração da Católica de Santa Catarina apresentou, no dia 27 de junho, um estudo sobre a possibilidade de implantação de uma empresa de locação de bicicletas elétricas em Jaraguá do Sul. O trabalho foi desenvolvido pelas estudantes Andressa Maira Heller, Andressa Taíse Tribess, Carine Mayer, Gabriela Xavier dos Santos e Sofia Lessmann Cardoso, durante a disciplina de Projeto Integrador, sob a supervisão do professor Flavio Knihs.

O objetivo do Projeto Integrador é aplicar de forma integrada os conhecimentos adquiridos nas disciplinas da 5ª fase. Os estudantes foram desafiados a apresentar estratégias para tornar produtos e serviços mais sustentáveis do que são hoje no mercado.

A pesquisa considerou fatores como a quantidade de ciclovias e ciclofaixas existentes em Jaraguá do Sul, o número de pessoas que utilizam a bicicleta para se locomover, demografia e as oportunidades e ameaças ao negócio, que foram avaliadas em cinco áreas: econômico, natural, tecnológico, político-legal e sociocultural.

Para as acadêmicas, uma das dificuldades é o baixo número de pessoas que utilizam a bicicleta no município. Levantamento realizado pelo Instituto Jourdan em 2011, com 700 pessoas em 26 pontos estratégicos da cidade, revela que apenas 4,76% dos jaraguaenses se locomove de bicicleta no dia a dia. Outro estudo, feito por acadêmicos da Católica de Santa Catarina em 2012, mostra que o veículo é usado diariamente por 11,40% dos 3.571 universitários entrevistados.

Por outro lado, um dos pontos positivos é a preocupação da Prefeitura em ampliar os espaços destinados aos ciclistas, que hoje conta com 45.320 quilômetros de ciclofaixas e 5.860 km de ciclovias. O Instituto Jourdan projeta chegar a 114.305 km de espaços destinados aos ciclistas, o que estimula o uso desse meio de transporte e também representa uma oportunidade para o negócio.

Outra vantagem é que a maior parte da população do município é representada pelas gerações X e Y, mais preocupadas com a preservação do meio ambiente e mais dispostas a usar transportes alternativos. “A cidade está investindo amplamente no sistema cicloviário – já tendo os locais definidos para as implantações das ciclovias e das ciclofaixas -, e com um plano B, utilizando concreto nos locais que ainda não possuem asfalto. Isso garante segurança à população, que se sente mais confiante para andar de bicicleta”, comenta a acadêmica Carine Mayer.

No entanto, a chuva é um fator que pode atrapalhar o negócio. “As capas de chuva, mesmo que auxiliem, não garantem o mesmo público de aluguel em um mês de sol”, avalia a estudante Andressa Maira Heller. Ela ressalta que é preciso mudar a imagem que a população tem da bicicleta como um veículo de passeio, para que ela passe a ser vista como uma opção para facilitar o deslocamento das pessoas.

A viabilidade técnica da implantação do negócio será avaliada pelo grupo durante o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, que ocorre até o 8º semestre.

Serviço oferecido em Balneário Camboriú serviu de base para o estudo

Para entender como o serviço de locação das e-bikes funciona, as acadêmicas também visitaram a filial da empresa Enzo Bike, em Balneário Camboriú, em maio. A visita possibilitou que elas calculassem as receitas e despesas necessárias com o aluguel de bicicletas.

Outra avaliação do grupo é que as bicicletas alugadas também seriam úteis para a visitação de pontos turísticos. Dessa forma, a empresa que se instalasse no município poderia ampliar a exploração dos mais de 60 quilômetros de ciclovias existentes.

Também foram apresentadas cinco possíveis propostas de sustentabilidade para o negócio, com as descrições das vantagens e desvantagens: utilização de conteiners para pontos de locação das e-bikes; implantações de postos de recarga para as e-bikes; parceria com os Correios da região, com a utilização dos veículos pelos entregadores; desconto para quem ajudar a recarregar a bateria, através de pedaladas; e convênio com estudantes de universidades, que podem economizar com a redução de gastos com passagens de ônibus ou vans.