Da Católica SC ao Greenpeace Internacional, uma história de determinação e impacto global
Em 2015, Carolina Calzolari Antonio vivia em Guaratuba, uma pequena cidade do litoral paranaense, e sonhava com uma carreira global no Direito Internacional e Direitos Humanos. Hoje, como Coordenadora Jurídica do Greenpeace Internacional, atua na defesa da justiça ambiental e colabora com profissionais do mundo todo. Sua jornada, marcada por desafios, dedicação e apoio da Católica SC, é um exemplo inspirador de como determinação e educação de qualidade podem transformar vidas.
Superando barreiras e criando oportunidades
Iniciar uma trajetória profissional em uma cidade pequena trouxe desafios significativos para Carolina. Na época, as oportunidades para ingressar no Direito Internacional eram limitadas e, diferentemente de hoje, as possibilidades remotas eram escassas. Diante dessa realidade, ela decidiu focar em oportunidades regionais e nacionais. Seu envolvimento com o Conselho da Mulher de Guaratuba, por exemplo, foi um marco inicial, permitindo que ela contribuísse para causas importantes, como a criação da Delegacia da Mulher no município.
Esse engajamento a levou a posições de destaque, sendo eleita delegada não-governamental dos Direitos das Mulheres no Paraná e, posteriormente, representando o estado na Conferência Nacional de Políticas para Mulheres em Brasília. Paralelamente, Carolina conciliava essas atividades com os estudos na Católica SC, enfrentando uma rotina desafiadora de quatro horas diárias de deslocamento entre Guaratuba e Joinville.
A Católica SC como base para um futuro internacional
Ao perceber que precisava se aprofundar ainda mais em sua formação, Carolina decidiu se mudar para Joinville, o que lhe permitiu uma participação mais ativa na vida acadêmica da Católica SC. A universidade se tornou um espaço fundamental para o seu desenvolvimento, proporcionando experiências enriquecedoras e acesso a professores que foram verdadeiros mentores em sua trajetória.
Um dos momentos mais marcantes foi sua participação no grupo de filosofia do professor Itamar, onde aprimorou seu senso crítico e habilidades analíticas. Além disso, ela encontrou no professor Cássio Zen uma referência essencial para sua carreira internacional. Cássio, que já havia trabalhado no Tribunal Penal Internacional em Haia, foi o primeiro profissional com quem Carolina teve contato que havia seguido um caminho semelhante ao que ela almejava. Um simples e-mail que ela enviou pedindo orientação resultou em um longo café, no qual recebeu dicas práticas que implementou imediatamente.
Outro nome fundamental foi o da professora Luciene Dal Rii, com quem Carolina colaborou em diversas pesquisas acadêmicas. Luciene não apenas incentivou sua produção científica, mas também a ajudou a visualizar caminhos concretos para atuar internacionalmente.
Intercâmbio: um divisor de águas
No último ano da graduação, Carolina soube que a Católica SC lançaria seu primeiro programa de intercâmbio para a Espanha. Mesmo com o desejo de se formar rapidamente, viu na oportunidade a chance de dar um passo definitivo rumo à sua carreira internacional. A decisão de embarcar nessa experiência foi transformadora: além de aprofundar seu conhecimento acadêmico, ela vivenciou na prática o que significava construir uma vida no exterior.
Durante o intercâmbio, Carolina participou de eventos como um congresso na ONU, em Genebra. Ao se ver diante das bandeiras e do ambiente que antes conhecia apenas pelos livros, teve a certeza de que estava no caminho certo. O ano na Espanha expandiu seus horizontes de maneira inimaginável, mostrando que não apenas era possível atuar profissionalmente fora do Brasil, mas também construir uma vida pessoal significativa longe de casa.




Desafios de uma carreira global
Ao decidir estabelecer sua carreira na Europa, Carolina enfrentou obstáculos como a adaptação cultural, a barreira linguística e a construção de um networking profissional. Trabalhar com Direitos Humanos em uma língua estrangeira exigiu um esforço extra para lidar com conceitos subjetivos e nuances culturais. A mudança para a Holanda para o seu mestrado em 2019 trouxe outro desafio: aprender a navegar em uma cultura muito diferente a brasileira.
Além disso, de direito e desenvolvimento internacional é um nicho altamente competitivo, e Carolina precisou construir sua rede de contatos do zero. A estratégia? Convidar profissionais para cafés, participar de eventos e, aos poucos, consolidar seu espaço. Hoje, esse networking faz toda a diferença em sua trajetória.
Equilíbrio e conselho para futuros profissionais
Atuar em uma organização global como o Greenpeace Internacional exige flexibilidade e autoconhecimento. Carolina trabalha com pessoas em diferentes fusos, horários e culturas, o que demanda uma rotina adaptável. Para equilibrar vida pessoal e profissional, ela aprendeu a respeitar seus próprios limites e aproveitar os momentos de descanso.
Para os estudantes que sonham com uma carreira internacional, mas acham esse objetivo distante, seu conselho é claro: sonhem grande e se responsabilizem pelo que vocês querem. É fundamental fazer o melhor dentro das possibilidades disponíveis, aproveitando as oportunidades ao máximo. Além disso, arriscar-se e sair da zona de conforto são atitudes essenciais para alcançar grandes objetivos.
O impacto da Católica SC na sua jornada
Olhando para trás, Carolina reconhece o papel fundamental da Católica SC em sua trajetória. A universidade não apenas lhe proporcionou uma base acadêmica sólida, mas também lhe ofereceu suporte humano e inspiração através de seus professores. Foi nesse ambiente que ela encontrou os primeiros modelos de referência que mostraram que era possível trilhar um caminho diferente daquele que conhecia.
Hoje, como Coordenadora Jurídica do Greenpeace Internacional, Carolina trabalha na defesa da justiça ambiental em um contexto global, aplicando os valores e ensinamentos que aprendeu ao longo de sua jornada. Sua história é a prova de que, com determinação, apoio certo e educação de qualidade, nenhum sonho é inalcançável.