Diante de tanta competitividade, instabilidade econômica e cobrança por resultados no cenário corporativo, o profissional é desafiado constantemente a manter o equilíbrio emocional. Para enfrentar as adversidades, ele precisa desenvolver uma competência que tem conquistado cada vez mais espaço no ambiente organizacional: a resiliência.
A resiliência é a capacidade de uma empresa, um líder, uma equipe ou um talento promover as transformações necessárias para alcançar seu propósito. O profissional resiliente sabe encarar os desafios e manter uma postura confiante diante das dificuldades.
O professor da Católica SC, Reinaldo Souza Ramos, que leciona as disciplinas de Recursos Humanos (Curso de Administração), Sistema da Qualidade (Engenharia Mecânica) e Ferramentas da Qualidade e Gestão de Pessoas (Engenharia de Produção), comenta que é principalmente diante das situações difíceis que o profissional mostra se é ou não resiliente. Ser proativo, manter uma postura confiante e buscar iniciativas assertivas para solucionar os problemas são alguns comportamentos que identificam os profissionais com essas competências no ambiente de trabalho.
“O profissional resiliente sabe agir em situações de pressão e tem flexibilidade para se adaptar às novas realidades do mercado. Dessa forma, encontra equilíbrio para enfrentar mudanças ou períodos de incerteza, como demissões, troca de gestores, entre outras situações que assustam e preocupam”, comenta o professor.
De acordo com Reinaldo, o profissional resiliente também deve preencher outros requisitos como: saber trabalhar em grupo, compartilhar informações e ter a capacidade de traçar estratégias para prever acontecimentos. Para as lideranças, saber posicionar-se diante de conflitos envolvendo a equipe e lidar com as diferenças individuais dos talentos do grupo também são sinais de resiliência.
“Resiliência é transformar a ameaça em oportunidade. Diante de uma crise, como é o caso da econômica em que vivemos, o profissional pode adaptar-se ao meio e crescer, ou continuar na zona de conforto e sucumbir às dificuldades”, explica.
Origem do conceito de resiliência
A noção de resiliência vem sendo utilizada há muito tempo pela física e engenharia. Um dos precursores desse conceito é o cientista inglês Thomas Yong, que em 1807 estudou os corpos elásticos por meio da física, considerando tensão e compressão.
Mais tarde, a psicologia utilizou-se desta analogia para transpor ao universo empresarial o poder de profissionais, submetidos a condições adversas, de voltar a suas rotinas consideradas normais.
No campo da Administração, o conceito existe desde 1974 e é dividido em quatro níveis: RN 1, RN 2, RN 3 e RN 4. Confira abaixo o significado* de cada um deles:
– Resiliência Nível 1 (RN 1) – quando o indivíduo recupera-se de traumas e adversidades.
– Resiliência Nível 2 (RN 2) – quando o indivíduo torna-se flexível e consistente.
– Resiliência Nível 3 (RN 3) – quando o indivíduo cresce e se fortalece em ambientes de mudança.
– Resiliência Nível 4 – quando o indivíduo tem a capacidade de traçar estratégias, antecipando-se aos acontecimentos e transformando ameaças em oportunidades.
*Fonte: professor Reinaldo Souza Ramos