Como os Mosqueteiros imortalizados por Alexandre Dumas, dois estudantes do curso de Sistemas de Informação da Católica Santa Catarina e dois do curso de Engenharia Elétrica da Udesc levam ao pé da letra a máxima de “um por todos e todos por um”. Do ensino médio à universidade, eles vêm dando sequencia a um projeto que passou da curiosidade típica da juventude à pesquisa científica e objeto de formação profissional no curso de Sistemas de Informação da Católica de Santa Catarina. Os integrantes da Wickedbotz – nome da equipe – se dedicam ao desenvolvimento de robôs que já se destacam em competições entre instituições de ensino. Da fase divertida dos experimentos, entretanto, resulta um importante aprendizado quanto à aplicação de equipamentos autômatos em diversas áreas.

Conforme o coordenador do Bacharelado em Sistemas de Informação da Católica, Maurício Heining, a robótica é um campo que oferece várias aplicações. “O campo de pesquisa é muito amplo e as competições servem para atestar a resistência de materiais, maior agilidade e segurança em operações de risco”, assinala, dando como exemplo os robôs usados na desativação de bombas, ou em sistemas de locomoção de vítimas de traumas, entre inúmeras aplicações.

É este interesse que une desde 2009, ainda no período que antecede a chegada ao ensino superior, Leonardo Schmitt Alves, Alexandre Gervazi Peixoto, Guilherme da Silva Fischer e Mário Sérgio de Oliveira Junior em torno de protótipos para testes de aplicação em competições estudantis. Um dos robôs é dotado de sensores para ser usado como seguidor de linha, indicando possibilidade de aproveitamento em plantas industriais na movimentação de materiais, entre outras possibilidades. Outro equipamento é mais robusto, pesa quase 15 quilos, e por conta de sua “aparência” e “força” vem sendo testado em combates. “The ripper”, como foi batizado, é construído em alumínio aeronáutico e aço temperado e oferece resistência a impactos de cerca de 1000 quilos, e vem sendo preparado para uma espécie de competição de UFC entre máquinas no período de 1 a 4 de novembro, na Universidade de Mauá, em São Paulo. “Veterano” no ofício de adentrar a arena de combate, o robô idealizado pelos quatro amigos é preparado para ambientes hostis e já conquistou o segundo e terceiro lugares em competições.

“Cada torneio é uma possibilidade de aprimorarmos o equipamento, as lutas exigem bastante e isso permite que a gente avalie o que é preciso fazer para torná-lo melhor”, explica Leonardo. Professor Maurício completa, lembrando que muito além da exibição, que dá um caráter de integração aos acadêmicos de todo o Brasil que se dedicam à iniciação científica, eventos como este constituem um grande laboratório, complementando o que se aprende em sala de aula. Nesta direção, continua, a CatólicaSC vem estimulando os estudantes, colocando os laboratórios das áreas de informática e de engenharias dos câmpus da instituição em Joinville e em Jaraguá do Sul à disposição, além de incentivar o envolvimento de outras graduações em torno dos projetos.

“A ideia é formar uma equipe multidisciplinar que permita utilizar todo o potencial do equipamento, pois isto dará um ganho na sua aplicação”. Para viabilizar o empreendimento, a equipe também está buscando patrocínio e apoio junto a entidades que apoiam a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico. “Todos sabemos que a inovação é o caminho para que o Brasil se torne competitivo, e ambientes onde estão as maiores instituições de ensino do Brasil permitem a troca de experiências e maior interação na aprendizagem. Com recursos a equipe poderá montar um plano diretor e participar de competições internacionais”, afirma Maurício Heining.